As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

sábado, 5 de outubro de 2013

Recados em bom português

Hoje decidi variar um bocadinho: vamos falar de Português. Iniciamos a sessão de hoje com uma frase perfeitamente aleatória (not):

"Já tens o que mereces, és mãe de um filho deficiente." 

Analisemos então as palavras chave da frase anterior:

1. de·fi·ci·en·te 
1. Em que há deficiência.
2. Que ou quem apresenta deformação física ou insuficiência de uma função física ou mental; que ou quem apresenta uma deficiência.
 3. Incompetência

2. me·re·cer 
1. Ser digno de.
2. Ter jus a.
3. Incorrer em.
4. Fazer por.
5. Atrair sobre si.
6. Tornar-se merecedor.

3. mãe 
1. Mulher que tem ou teve filho ou filhos.
2. Animal fêmea que tem filho ou filhos.
3. Borra do vinho que ainda não foi posto em limpo.
4. Mulher carinhosa.
5. Protectora.
6. Origem, causa, fonte.

4. fi·lho 
1. Indivíduo do sexo masculino ou animal macho (com relação a seus pais).
2. Rebento (de uma planta).
3. Nascido em determinado local.
4. Forma de tratamento carinhosa.
5. Efeito, obra, produto, consequência.

Efectivamente, este é um exemplo de como se podem conjugar as palavras anteriores numa única frase. No entanto, parece-me que ética e socialmente falando, não estamos perante a melhor conjugação. Proponho talvez:


"És uma mãe que tem um filho diferente e não merece ter gente deficiente por perto." 

Aqui parece-me, não sendo da área, que a conjugação das diferentes partes da frase faz muito mais sentido.
E já que estamos em maré de definições, deixo-vos aqui com mais algumas:

5. fa·mí·li·a 
1. Conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela.
2. Conjunto formado pelos pais e pelos filhos.
3. Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo casamento e pelos seus eventuais descendentes.
4. Conjunto de pessoas que têm um ancestral comum.

 6. a·mor 
1. Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atracção; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa (ex.: amor materno).
2. Sentimento intenso de atracção entre duas pessoas.
3. Ligação afectiva com outrem, incluindo geralmente também uma ligação de cariz sexual
4. Disposição dos afectos para querer ou fazer o bem a algo ou alguém 

 Estes dois conceitos apesar de universais, são por vezes sujeitos a confusões. Normalmente por sujeitos com fracos predicados. 

Continuemos.

7. ig·no·rân·ci·a 
1. Estado de quem ignora.
2. Falta de ciência ou de saber.
3. Incompetência.

Aqui convém fazer uma ressalva: comparando a definição nº1 do dia com esta última, percebemos que a ignorância e a deficiência têm em comum a parte da "incompetência". Não é de todo o objectivo de hoje falar em Matemática, mas se

deficiência= incompetência e ignorância = incompetência
então também  ignorância = deficiência...

O que já explica muita coisa, agora que penso nisso...
Adiante.

  8. ar·re·pen·der 
1. Lamentar ou ter pena por alguma coisa feita ou dita ou não feita ou não dita. 
2. Mudar de intenção ou de ideia.
3. Desdizer-se.

9. es·que·cer 
1. Fazer com que (alguma coisa) saia da lembrança (própria ou alheia).
2. Pôr em esquecimento; desprezar; omitir.
3. Sair da memória.
4. Não se lembrar.
5. Deixar (alguma coisa por esquecimento ou descuido em alguma parte).
6. Perder a sensibilidade.
7. Não se lembrar.
8. Perder a lembrança.

10. des·pre·zo

1. Acto ou efeito de desprezar.

2. Falta de apreço ou de consideração por algo ou alguém; sentimento de superioridade em relação a algo ou alguém.

3. Sentimento de repulsa ou aversão.

11. so·zi·nho 
1. Absolutamente só.
2. Sem par ou outro do mesmo género.
3. Sem apoio ou companhia.

Para terminar, fica um ultimo exemplo de uma frase, de entre muitos outros possíveis,que se podem construir com os conceitos que falámos hoje:

 "A partir daquele momento, foi apenas desprezo. A Maldade foi esquecida e um dia arrependeu-se, mas morreu sozinha."

E pronto, concluímos assim o tema de hoje.Obrigado e despeço-me com amizade.




Os termos aqui utilizados foram adaptados de http://www.priberam.pt/dlpo/Default.aspx
de·fi·ci·en·te

adjectivo de dois géneros

1. Em que deficiência.

2. Diz-se do número cujas partes alíquotas somadas não chegam a dar esse número (ex.: 10, porque 5 + 2 +1 = 8).

adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros

3. Que ou quem apresenta deformação física ou insuficiência de uma função física ou mental; que ou quem apresenta uma deficiência.

"deficiente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/deficiente [consultado em 05-10-2013].
de·fi·ci·en·te

adjectivo de dois géneros

1. Em que deficiência.

2. Diz-se do número cujas partes alíquotas somadas não chegam a dar esse número (ex.: 10, porque 5 + 2 +1 = 8).

adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros

3. Que ou quem apresenta deformação física ou insuficiência de uma função física ou mental; que ou quem apresenta uma deficiência.

"deficiente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/deficiente [consultado em 05-10-2013].

de·fi·ci·en·te

adjectivo de dois géneros

1. Em que deficiência.

2. Diz-se do número cujas partes alíquotas somadas não chegam a dar esse número (ex.: 10, porque 5 + 2 +1 = 8).

adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros

3. Que ou quem apresenta deformação física ou insuficiência de uma função física ou mental; que ou quem apresenta uma deficiência.

"deficiente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/deficiente [consultado em 05-10-2013]

2 comentários:

  1. Excelente aula. Acho que qualquer dia vou usá-la com algumas pessoas (com os devidos créditos, claro, o seu a seu dono)
    Há pessoas parvas e más. Mas é nesta vida que tudo se paga, esquece-se essa gente...

    ResponderEliminar
  2. Costumo visitar-vos e acompanhar-vos. Não sei bem porquê não costumo comentar...mas hoje para além de comentar aplaudo de pé!!!

    ResponderEliminar

Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!