As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Entrada para o 1º ciclo: Pedido de ajuda!

Faltam apenas alguns meses para se iniciar uma nova etapa na nossa vida: a entrada para o primeiro ciclo. Tal como todos os pais, está na altura de procurar A escola para o meu filho. Mas, ao contrário da maioria dos pais, a nossa escolha não vai incidir apenas pela escola com melhores condições físicas, ou com a melhor oferta formativa.
Temos que ponderar tantos, mas tantos factores que já me perturba o sono há uns tempos...
E por isso hoje estou aqui a pedir ajuda, ó pais e mães especiais do resto do mundo que já passaram pelo mesmo sufoco! 
Por favor, partilhem comigo (e com um monte de outros pais na mesma situação):

- Há uma escola ideal?
- Quais as prioridades que devemos ter na escolha da escola?
- O ensino estruturado / unidades de autismo, têm realmente vantagens para os nossos filhos?
- Há vantagens em escolher uma escola pequena, com uma ou duas salas de aula, à "maneira antiga" em vez dos grandes centros de ensino?
- Quais os direitos que podemos exigir para os nossos filhos?

Eu sei que o meu filho não é igual aos outros meninos... mas tem tantas competências, tantas capacidades que eu tenho medo que ele se "volte para dentro" se não o souberem agarrar! Senão reparem: quantas crianças vão para o 1º ciclo a saber as cores em 3 línguas? os números em 3 línguas? as formas? o alfabeto em cirílico? (sim, foi a nossa prenda de Natal, alfabeto russo, grunf...) as partes do corpo em inglês? os planetas? os meses do ano e os dias da semana? e tantas, tantas outras coisas...

Obrigada*

9 comentários:

  1. Aqui encontras a papelada e burocracia a seguir:
    http://t2para4.blogs.sapo.pt/201934.html

    Quanto ao resto, escola com unidade, sem dúvida nenhuma. Terás direito a tudo, por obrigação da escola, do agrupamento e da lei. O Diogo deverá passar agora por um processo de referenciação técnico pedagógica para elaboração futura do PEI dele e entrada no DL 3/2008 e prever os apoios e medidas educativas de que necessita e beneficiará. As piolhas são alunas de sala de aula com a retaguarda da unidade de autismo e ainda bem! Se fosse o oposto, ainda bem na mesma! Estão sempre acompanhadas, a prof titular aprende e articula com o prof do ensino especial, há apoio.
    Além disso, prevê-se que uma escola com unidade tenha, logo à cabeça, com mais facilidade que uma mais pequena ou periférica, técnicos adequados. O CRI tem funcionado mal e não funciona em alguns locais mas nunca falhou na escola central, onde estão as unidades... Vês a diferença? Há crianças com NEE graves - e autismo - numa escola periférica que estão até agora sem apoio nem tarefeira...
    As piolhas estão numa escola com 300 alunos e nos intervalos são vigiadas pela tarefeira e todos os meninos das unidades são devidamente acompanhados.
    Não me arrependo da minha decisão.
    O mau funcionamento do CRI e afins tem a ver com políticas deficitárias do MEC. O agrupamento tem conseguido dar resposta. E se os pais se mexerem e souberem o qu efazer, tudo corre bem.
    Ligo-te daqui a pouco.

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  2. Essa angústia passei eu há dois anos! A escola que nós queríamos não tinha vaga no ensino estruturado e também um dos responsáveis mandou dizer que não aceitava a matrícula naquele agrupamento (o que não podia fazer!) . Nesse mesmo dia, desloquei-me à DREC e questionei a legalidade dessa situação. Falei com uma das responsáveis da Educação Especial que me informou que o MEC estava a fazer levantamento na cidade para abrir a 3ª unidade na cidade. Isto ja com as matriculas a decorrer! Foi mês e meio de sufoco a ligar para esta senhora quase todas as semanas. Só em junho tive a certeza do agrupamento onde seria instalada, em princípio na escola mais perto do meu local de trabalho com ATL. É uma escola grande com várias turmas por ano e isso assustava-me muito pois ele vinha do jardim de infância, muito protegido e com a imaturidade tão evidente. A meio de Agosto , já com tudo preparado, desloco-me ao agrupamento para ver se estava tudo ok e sou informada que a unidade não ficaria naquela escola. Tinham decidido abrir noutra escola, bem mais pequena, mas no mesmo agrupamento. Gelei e barafustei pois no processo do Gui estava a indicação que ele tinha a necessidade do ensino estruturado mas ninguém ligou a esse facto. Era mais um aluno com NEE's. Perguntei o que era necessário para a transferência e a dita consistia em mudar o processo do garoto de pilha de processos para a da escola em questão.
    A escola sem experiência tem feito um esforço e fomos bem recebidos pela direcção do agrupamento (até demais na altura a ponto do A. ter achado que eram salamaleques a mais) e os professores foram excelentes no esforço para colmatar essa falta de experiência. Este ano, com todas estas mudanças, saíram estes professores ficando as das turmas. As professoras do E especial têm uma larga experiência e, com a maior maturidade do Gui, as coisas finalmente estão a entrar nos eixos. Objectivo para este ano: tentar inserir o Gui na turma pois até hoje continua maioritariamente na unidade, apesar de ser um aluno com óptimas competências académicas (está no 3º ano ao mesmo nível dos colegas). A professora titular diz que ele poderia ser um dos melhores alunos da turma, senão o melhor. A escola é bem mais pequena, tem 4 turmas, uma de cada ano, pela primeira vez em muitos anos. As funcionárias são duma dedicação extrema e esforçam-se apesar de serem 3 para 70 alunos (sete dos quais com autismo). É uma escola um pouco familiar onde somos bem recebidas a qualquer hora, dentro dos limites do razoável. Perfeita não é, mas há alguma coisa perfeita?!
    Já pensaste em visitar alguma escola? Eu visitei as outras unidades menos a do Gui. Quando o Gui entrou para o jardim de infância, a recepção foi tão calorosa e aberta a mostrar-me as instalações que eu gostei e inscrevi logo. Devo dizer que ele ainda não tinha o diagnóstico e ainda hoje é bem recebido quando vamos buscar a irmã. Sim ela também já lá anda há 4 anos e nunca pensei inscrevê-la noutro local. A forma como fui recebida marcou-me e fez tomar uma decisão de que não me arrependo até hoje...
    Já escrevi um testamento, prontoS!!! Mas disse o que ia na minha alma... e tu se quiseres toma o conselho duma tola que já está a pensar no exame do 4º ano e na entrado para o 2º ciclo!! ;)
    Beijos

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  3. Eu já trabalhei em duas escolas com UEEA (Unidade de Ensino Estruturado de Autismo - foi uma EB2,3 e uma Secundária) e vi a ser desenvolvido trabalho muito bom, daquele para o qual só a boa vontade não chega (exige equipa, formação, recursos, atitude certa, ...).
    O facto de haver uma UEEA permite (ou permitia, com estes cortes na EE já não sei) horários diferentes e um espaço de trabalho próprio (para ajudar a lidar com a confusão que poderiam ser os intervalos) e trabalho de equipa (professores, auxiliares, outros alunos colegas da turma) muito direcionado não para o autismo enquanto entidade abstrata, mas para cada uma das crianças, estivessem ou não inseridas na turma (em termos práticos, entenda-se).
    Se fosse comigo, eu apostava por aí.

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  4. Bem a minha anda ainda no jardim de infancia(privado) mas a educadora do ensino especial aconcelhou-me em Setembro a colocá-la numa pré onde depois seguisse o ensino básico e eu concordei pois são realidades completamente diferentes. Ainda podia atrasar 1ano a entrada na escola o que daria mais 2anos na pré,mas fui ver uma escola que tem ensino estruturado para autismo e gostei muito,as pessoas foram muito simpáticas e vi o quanto os meninos que lá estavam,estavam realmente bem. Decidi que a minha filha ia para lá para a pré e depois continua lá o ensino básico,pareceu.me a melhor escolha. Bjs

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  5. O meu filho anda no 9º ano, eu agora estou a passar o mesmo stress com a ideia de ele mudar para a escola secundária cá do sítio. Passando à frente. Sem dúvida, Escola com Unidade de Ensino Estruturado. Aqui a escola vai do 1º ano ao 9º, assustador de início, mas pensando bem, mudanças de ciclo sem mudar de escola foi muito bom. O Xande sempre esteve integrado na turma, saía da sala para expressões (dramática, musica..), terapia e apoio individualizado na sala teach (agora UEE). Ao chegar ao segundo ciclo passou a ir à turma apenas em determinadas disciplinas (ed. física, musica, ed. visual, tecnológia, etc...) Nas outras disciplinas (português, matemática e conhecimento do mundo) está integrado em pequenos grupos de alunos (3 a 4) mais ou menos ao nível dele e tem várias horas de apoio individualizado. Ele tinha capacidade para mais, mas falta-lhe o click e vontade de aprender, apesar das mudanças de professores tem tido "sorte", além disso é um menino com quem os professores gostam de trabalhar, é doce e meigo.É feliz acima de tudo, cumpridor de horários e adora a escola. Esta escola tem ATL 1º, 2º e 3º ciclo (da Cáritas) com uma equipa fantástica, que até hoje o ajuda e que ele adora.
    Pronto, aqui ficou mais um testamento, desejo-vos tudo de bom, muita sorte e coragem.
    Beijinhos

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  6. Ola , contacte também duas associações que a podem apoiar pois são de pais. A associação BIPP - http://www.bipp.pt/ e a associação Pais em rede : http://www.paisemrede.pt.
    São mais 2 associações que podem ajudar.
    um abraço

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  7. Olá, eu estou com o mesmo dilema. Acho que o que pesa mais é sem dúvida o perfil de necessidades do seu filho. Quero dizer, se o seu menino se tem integrado bem nas rotinas e no ritmo de uma sala regular, se tem relação afectiva com outras crianças com quem possa ir para o 1º ano, se as necessidades educativas podem ser atendidas só com um reforço de um professor de apoio penso que uma unidade estruturada não apresenta vantagem. Agora se é um menino que precisa de apoios de outra natureza, como T. ocupacional/psicomotricidade, psicologia, etc.., se é uma criança que lida com dificuldade com alterações, com ruídos, enfim com o que se espera de uma sala de aula com 20 miúdos...realmente a escola com a unidade seria valiosa.
    No nosso caso a pediatra do desenvolvimento disse que o meu filho não tinha perfil para as unidades, que seriam mais adequadas para crianças com um nível de dificuldade muito acentuado.
    No processo de referenciação, para beneficiar do dec.3/2008, terão que decidir se o seu filho deve ser encaminhado para estas unidades e penso que isso requer parecer médico...se assim não for ele fica sempre na classe regular, pode ter prof de apoio e outras medidas mas não exactamente beneficiar dos recursos da unidade, só porque está na mesma escola.
    Deixo aqui um link sobre as Unidades de Ensino Estruturado para Alunos com Perturbações do Espetro do Autismo (Publicações da DSEEASE ) em
    http://www.dge.mec.pt/educacaoespecial/index.php?s=directorio&pid=6

    Beijos para voçês

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  8. Bom dia,
    sou mãe de um menino de 3 anos com PEA. Ainda não fala. Está num JI publico com apoio em Terapia da Fala e Educação Especial. Para além disso é seguido na UPI (Lisboa) e em Alcoitão em Terapia Ocupacional. Ontem foi-me sugerido em reunião com todos os elementos acima (ensino esp., alcoitão e terapeutas) que pensásse numa escola com unidade de ensino estruturado. Não sei o que fazer. Tenho receio que o meu filho passe mais tempo numa sala dessas do que na sala de ensino regular. Não o quero afastado dos pares "jogado" numa sala o dia inteiro. Hei-de ir visitar as escolas que têm UEE mais perto de mim, mas não sei o que fazer. Sinto-me perdida e com a cabeça a mil. Só me apetece chorar!! :(

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    Respostas
    1. Calma, ele é muito pequeno ainda! Muita coisa acontece num ano, quanto mais em dois ou três... mande-me email e conversamos. O Diogo está numa escola com UEE e para já acho que foi a aposta correta.
      Beijinhos
      Daniela
      danielaafs00@gmail.com

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Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!