As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A mãe, a escolinha, os meninos e o autismo

Ontem foi dia de sensibilização para o Autismo. Fotocopiei os folhetos para os pais e os folhetos para os pais lerem aos filhos e fiz uma pequena apresentação em Powerpoint para mostrar aos meninos da sala do Diogo.

Imaginem as caras dos pequenos, todos sentadinhos na mantinha, em frente à mãe do Diogo e uma apresentação com Pocoyo. Conseguem? Boa!

Depois, fui falando com eles sobre aquilo que gostam e não gostam, para lhes mostrar que nem todos gostam das mesmas coisas, porque somos todos diferentes! Foi muito engraçado ver as reacções deles ao encadeamento de ideias que eu fui mostrando! Consegui assim introduzir o conceito de diferente, mostrando que há pessoas que não conseguem andar, ver ou ouvir, mas que não deixam de ser pessoas por ser diferentes. A altura para falar sobre autismo era perfeita: estavam todos com atenção e expliquei que  os meninos e meninas autistas têm dificuldade em comunicar e interpretar emoções, para além de poderem apresentar alguns comportamentos estranhos. Como é que se faz isso com crianças de 4 e 5 anos? Fácil! Basta pedir que imaginem que vão numa viagem a um planeta distante e quando chegam lá, os habitantes desse planeta falam com eles, mas eles não os conseguem entender. Olham para as suas caras e não sabem se estão tristes ou contentes. Perguntei como achavam que se iam sentir e todos disseram que ficavam tristes e zangados. Perfeito! Tendo percebido o conceito de frustração, foi fácil mostrar um pouco do mundo dos autistas, desde as birras aos interesses restritos. Foquei que era muito importante não gozar com esses meninos, porque apesar de serem diferentes, também têm sentimentos, tal como eles.

Os meninos participaram muito, fiquei encantada. Durante a apresentação não falei no Diogo mas perguntei várias vezes se conheciam alguém diferente, que não brincasse com eles ou gritasse muito. Não, não conhecemos. Houve um que disse que tem um vizinho que não fala muito...
Uau.
Em ponto nenhum eles referiram o Diogo como sendo diferente deles. Isso fez-me borboletas na barriga. E quando no final, já com o computador desligado, falei que o Diogo era autista, porque era diferente deles, eles não deram importância porque o Diogo faz parte do mundinho deles.

 Perguntei o que era mais importante, de tudo o que disse e mostrei e uma coleguinha dele, do alto da sabedoria dos seus 5 anos disse: "Não devemos gozar com as características dos outros, porque não devemos fazer aos outros o que não gostávamos que nos fizessem a nós". Dei-lhe um beijo, missão cumprida. Ainda há esperança para a humanidade!!!!


Ficaram de ser eles a explicar aos pais o que era autismo, quando levassem os folhetos no final do dia.Sei que fizeram perguntas depois de eu sair e  no parque, depois disto, perguntaram ao Diogo se queria correr com eles, porque é aquilo que ele gosta de fazer.

Muito obrigada a quem participou, principalmente ao pai, que não queria ir mas foi. Obrigada às meninas grandes da sala, por terem permitido que eu entrasse e alterasse o dia delas e por estarem sempre presentes quando nós precisamos.

Aqui ficam os folhetos e o PowerPoint, em pdf. Ficam à disposição de quem quiser e tiver coragem de os usar. Se quiserem as versões editáveis (.docx e .pptx), para poderem alterar alguma coisa, mandem mail que eu envio.(danielaafs00@gmail.com)

Se conseguirmos alertar os pequenos e os pais para o autismo, quem sabe a sociedade não muda?




domingo, 21 de outubro de 2012

Funcionamento do cérebro de mãe

Resume tão bem o que se passa na minha cabeça que não resisti!

E não quero com isto dizer que ande a fazer contas de cabeça, não! Mas quando se pensa em tudo ao mesmo tempo, às vezes as resposta são qualquer coisa deste género...

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Oficinas de Pais - Pais em Rede

Aqui fica o folheto das Oficinas de Pais, como prometido. É sem dúvida uma experiência gratificante! Recomendo!





segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Turma Mônica e autismo

Numa das minhas muitas pesquisas anteriores, encontrei o vídeo. Desta vez, achei a banda desenhada.
Que melhor maneira de mostrar às crianças (e não só) o que é o autismo?
Aqui fica, "levem" à vontade!!!!


















Grande Mauricio de Sousa. 
Obrigada.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CENSURA... a mim própria!

Apaguei o post anterior.

Não é que tenha ficado muito ofendida com o que ouvi, não fiquei. Noutras alturas provavelmente teria aberto as torneiras e chorado baba e ranho, mas desta vez, não me incomodou assim tanto...
Não sei se é porque a mãe que falou me parece ser uma pessoa decente, mas não deixei de pensar nisso... e por incrível que pareça, senti-me pior por ter escrito o post anterior do que por ter ouvido o que ouvi.

Não posso julgar as pessoas por serem ignorantes, ou por nunca terem contactado com crianças autistas antes. Primeiro, tenho que fornecer meios de sensibilização, ou melhor, de educação, a todos os que nem sonham o que é viver com o autismo. Tenho que estar disponível para ensinar quem quiser aprender. Não é tarde nem é cedo....

O primeiro folheto está quase pronto e destina-se aos pais dos meninos do infantário do Diogo. Nele explico, muito resumidamente, o que é o autismo e quais as características de uma criança autista.

O segundo folheto vai logo a seguir, e vai ser para os meninos do infantário, onde vou tentar mostrar que o coleguinha autista da sala que grita muito e não brinca com eles, é um menino doce e com sentimentos, apesar de não os conseguir mostrar muito bem.


Se depois disto, alguém quiser conversar comigo e fazer perguntas, estarei com toda a certeza mais do que contente em explicar o que quiserem saber.

Mas se isso não acontecer, e mesmo com este meu pequeno esforço, alguém me continuar a dizer que o autismo é uma doença... eu só vou ter pena.  
Pena que não saibam a sorte que têm em ter filhos melgas que se interessam por banalidades e que lhes enchem os ouvidos com perguntas, ou que são vaidosos e gostam de escolher a roupa que vestem...
Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!