As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Então e uma mana para o Diogo???

Afinal, é mal geral!
E não estou a falar das viroses nem da falta de dinheiro generalizada! Estou mesmo a falar daquelas pessoas sempre bem intencionadas que dizem "Então e quando é que vem a mana para o Diogo? Já lhe está a fazer falta! Olha que depois já não és mãe, és avó!!!" Pensei que era só eu que ouvia estas pérolas de conhecimento, mas nos últimos tempos tenho reparado que mais pessoas sofrem do mesmo "encosto": gente que não tem nada a ver com o assunto mas continua a teimar em meter o bedelho onde não é chamada! IRRA!!! Ás vezes só me apetece perder  o pouco de simpatia que me resta e mandar... dar uma volta!

Vamos lá a ver se a gente se entende: eu não tenho condições psicológicas para ter outro filho. Não há nada que me desse mais prazer do que voltar a sentir crescer uma criança dentro de mim... mas passaria o tempo todo a pensar "Será que está bem? Como será que o Diogo vai reagir? Já passo tão pouco tempo com o meu filho, como vai ser agora? E pior... "Será que vai ser diferente como o Diogo?".
Não tenho condições financeiras e muito menos físicas!!! Ou será que tenho que andar com um cartaz nas costas a dizer "Estou a Antidepressivos - não posso engravidar!"
Talvez seja por isso que me revolto mesmo quando a conversa não é comigo, mas com a amiga que vai comigo "Não achas que já está na hora?"... quando eu sei o quanto isto angustia ainda mais quem quer e não consegue. Caramba! Já chega! No meio da barriga todos têm um buraco: o umbigo! Concentrem-se nele e deixem de dar palpites na vida dos outros!

E agora que já fui mázinha, e que me sinto bastante melhor com isso, muito obrigada pela preocupação. Quando e se decidir engravidar novamente, todos serão devidamente informados.
Até lá, agradeço que pensem antes de voltar a dar palpites... quer a mim ou a outra pessoa qualquer... é que às vezes só não são mandadas para um sitio esquisito por delicadeza e boa educação! Mas esta esgota-se...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Bons pais, maus pais...

Não posso dizer que esteja numa das melhores fases da minha vida: parece que tudo encrava, tudo avaria, tudo se confunde... aquilo que era o mais certo de tudo acaba por ser a maior dúvida de todas, a paz que procuro parece cada vez mais distante.
Dou comigo a  pensar se tudo o que tenho feito pelo Diogo... será suficiente ou exagero? Estarei a esquecer-me de alguma coisa ou estou a fazer mais do que devia? Qual é a diferença entre ser uma mãe atenta às necessidades do filho e uma mãe neurótica sedenta de diagnósticos e terapias?

Quem é que me sabe dizer onde acaba a boa mãe e começa a má mãe? E onde é que eu aprendo a fazer essa distinção? É que se torna muito complicado! Por exemplo:
  • Terapia de fala: Sim ou não? Se sim, porquê? E se não, porquê? Até acho que possa fazer diferença em miúdos com problemas de linguagem, mas e quando não há linguagem? A terapia ensina a falar ou corrige erros existentes? Justifica o stress do garoto e o stress da mãe?
  • Desfralde: agora ou esperar até ele decidir que está pronto? Sou má mãe por querer que ele seja mais independente ou por insistir em que ele faça qualquer coisa que o deixa enervado? Ou serei melhor mãe se o deixar andar com fraldas até aos 18 anos?
  • 3ª, 4ª e 5ª opinião médica: arriscar ouvir outro diagnóstico disparatado? Ou medo de arriscar ouvir o bom diagnóstico porque tanto anseio?
  • podia estar todo o dia nisto... grunf.
Não sei.
E por aquilo que tenho ouvido, ninguém sabe. Instinto, alguém me disse. "O teu coração de mãe sabe o que fazer".
Pois. É mesmo isso. Tal e qual...

E estar vivo é o contrário de estar morto. Dah.
Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!