As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Chorar não adianta nada."

Chorar não resolve problemas.
Chorar não te limpa a casa nem te passa a roupa a ferro.
Chorar não te adianta o trabalho.
Chorar não te faz mais feliz.
Chorar não te trás de volta quem já partiu... nem te afasta de quem não precisas.
Chorar não te alivia o desespero nem a frustração.
Chorar não implica que sintam pena de ti.
Chorar não te garante um futuro melhor.
Chorar faz dor de cabeça. E incha os olhos. E põe-te mal disposta.

Então porque choras?
Chorar é apenas uma resposta fisiológica à alteração do estado emocional, seja por  medo, tristeza, depressão, dor, saudade, alegria exagerada, raiva, aflição...

Choras porque precisas. Porque se não o fizeres morres por dentro.
Choras porque te dói ver como és diferente dos outros, porque eles não sabem o que tu estás a sentir.
Choras porque não sabes o que estás a fazer bem ou o que estás a fazer mal.
Choras porque estás perdida e precisas de encontrar o caminho.
Choras porque não sabes como reagir quando o mundo desaba.
Choras porque não consegues curar quem não está bem.
Choras porque estás cansada.
Choras porque sim. E porque não.

Mas acima de tudo...
Choras porque és forte! Porque a seguir a este momento de desespero, a força renasce!
Choras porque queres seguir em frente.
Choras porque és mãe e queres o melhor para o teu filho.


E depois... deixas de chorar.
E voltas ao mesmo.
Até precisares de chorar outra vez.

7 comentários:

  1. Olá!

    Sou mãe de duas meninas gémeas autistas, com PEA. Neste momento, sinto-me a morrer aos poucos por dentro... Este texto traduz o que sinto agora. Porque só me apetece chorar. Quando ouço uma música parva, quando elas dançam, quando elas evoluem e "desevoluem" como acontece agora, quando só vejo handflapping por todo o lado a todo o instante...

    Posso copiar e colar no meu blog, devidamente identificado? Já agora, sinta-se à vontade para nos visitar.

    Muita força. E desejo, de coração, que as suas lágrimas dêem espaço e lugar a uma nova fase de renascimento. Sem as olheiras e os papos e os olhos inchados...

    M.

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  2. Olá!

    No comentário esqueci-me de referir o nome do blog: t2para4.blogs.sapo.pt

    Nós somos da área de Coimbra e estamos a ser seguidos pelo Dr. Frederico Duque, que faz equipa com a Dra Guiomar, a Dra Teresa Castelo, entre outros. Estamos muito bem acompanhados.

    Beijos grandes e muita força.

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  3. Olá m.
    Nós também somos de Coimbra, mas neste momento estamos em Castelo Branco. Nessa equipa, não está também uma Drª Luisa qualquer coisa (Centro Hospitalar de Coimbra)?
    Esteja à vontade, pode copiar e colar o que quiser. Este blog é uma maneira de desabafar e tenho conhecido muitas mães e pais que passam pelo mesma angustia...
    Beijinhos e nada de desânimo!
    Daniela

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  4. Obrigada! E obrigada pela visita.

    Já postei e identifiquei. Tem as palavras certas para descrever o que sinto. Devo ser bipolar: tão depressa rio e acho que estou bem como depois vou ao tapete... Enfim...

    Nós estamos no Hospital Pediátrico de Coimbra e não no CHC. Eu acho que há comunicação entre as várias equipas destes dois hospitais porque alguns dos nomes que aparecem em trabalhos relacionados com a matéria não são afectos ao mesmo local de trabalho.

    Bom resto de domingo. E muita força nestas alturas más...

    beijinhos

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  5. Bipolar é exactamente como me sinto...Hoje tb ando num dia mau...

    Beijinhos às duas

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  6. Minha querida amiga,

    Quase me punhas a chorar a mim com a emoção que este belo texto me suscitou. ;)

    É isso mesmo: maravilhosamente humanos são os que choram e daí reencontram a força para continuar.

    Um grande abraço
    Alice

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  7. Mais uma mãe de gémeos, força M, somos todas bipolares, mas chorar equilibra e faz com que recuperemos a força e a força faz com que quebremos e choremos.
    É normal, natural, mas é essencial.
    Bjs e tudo de bom para todas :)

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Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!