As dúvidas e angustias de uma mãe de primeira viagem quando descobre que o seu tesouro é especial...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O lado positivo da coisa...

"Tens que ver o lado positivo da coisa!"...

Começo a ficar um bocadinho farta de ouvir isto... e confesso que não tenho metade da graciosidade de algumas pessoas que, ao ouvir algo parecido na pior altura das suas vidas, sorriem e ignoram. (beijos, amiga). Admiro quem é capaz de engolir uma resposta torta, mesmo que isso as deixe com a cara no chão.

Caraças, mas que raio é que as pessoas quando não sabem o que dizer, não mordem a língua e se calam?
"Ah, não fala? Tens que ver o lado positivo da coisa! Há sempre quem esteja pior!"
"Não brinca com outras crianças? Tens que ver o lado positivo da coisa! Pelo menos come bem, o meu é um stress para comer!"
"Podia ser pior! Tens que ver o lado positivo da coisa! Pelo menos não se apercebe que é diferente!"

grunf...

Não estou com isto a insinuar que toda a desgraça do mundo se abateu sobre mim. Nop. Eu sei bem que há pessoas que estão muito pior do que eu e estou sempre disposta a ouvir e a dar um abraço ou uma palavra de conforto.
Não estou a menosprezar a dor que as outras pessoas sentem com as suas próprias desgraças. Nop. Há dias em que basta que a impressora encrave para desencadear o Apocalipse, ou que o telemóvel fique sem bateria para que um portal do Inferno se abra e sugue toda a boa energia que ainda resta.

Apenas gostava que as pessoas entendessem isto: cada um tem as suas próprias desventuras, as suas próprias desgraças. Cada um tem o direito de se sentir frustrado e desanimado com a sua própria vida. Eu entendo, a sério que entendo.
O que eu queria era que deixassem de menosprezar os meus problemas, da mesma maneira que eu não menosprezo os problemas dos outros (ou pelo menos tento). Se para alguém partir uma unha é a desgraça total, eu não vou dizer que há quem não tenha dedos!!!! Posso pensar, mas não digo...

Às vezes, a única coisa que faz falta é um olhar compreensivo, ou alguém que nos faça rir.
Um abraço e um pastel de nata.

7 comentários:

  1. Pois...Percebo perfeitamente... E quando nos dizem: "Ah, mas ele não está a sofrer! Olha se fosse paralítico ou tivesse parilisia cerebral? Isso é que era grave! Ele até é feliz!". Pois é, por enquanto... Quando perceber que é diferente aí tenho as minhas dúvidas. A sociedade não está preparada para aceitar a diferença, especialmente a que não é visível...

    Quanto aos pastéis de nata, quando passar por Belém a ver se te compro uma caixa e mando-te por correio :)

    Beijinhos grandes

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  2. A ultima que ouvi foi:
    - Não fala, pelo menos não te chateia com os presentes de Natal.
    E a vontade que dá de mandar um pontapé nessas pessoas, arghhhhh.
    Mas o melhor a fazer é ignorar.
    Beijinhos

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  3. E os que se queixam dos filhos não se calarem e não os deixarem em paz com perguntas? Ai...

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  4. Apetece perder o resto de boa educação que os meus pais me deram e mandar à m***a!!!!!! certo?
    Ah! Querida Rainbow Mum: fico à espera das natas!!!! Mas olha que mudei de casa!!!!!!!!! :)

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  5. Manda-me lá a tua morada nova depois para o meu email :) Bjs

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  6. :-) Um pastelinho de Belém já ia...
    Quanto ao assunto em si, podia passar paninhos quentes, ou dizer que à dias assim.
    Uma coisa aprendemos com a experiência, não propriamente a ver só o lado positivo ( não tem uma perna, podia não ter as duas).
    Mas aprendemos a subvalorizar os comentários de quem não convive com este tipo de diferença.
    Bjinhos e o caminho é em frente
    Mina

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Tenho que falar... senão dou em doida!

Todos dizem que está tudo bem mas o meu mundo desaba num segundo... Decidi escrever um blog (porque não?), onde vou desabafando e limpando a alma.

Quantos pais não estarão na mesma situação? Ter um filho diferente e não ter certeza de nada? Receio do futuro? E quanta ansiedade muitas vezes não significa NADA? Ou seja, passar 5 ou 6 anos com o coração nas mãos e depois está tudo bem, era só "uma questão de ritmo"? No meu caso, ainda continuo com a malvada incerteza, mas quem sabe...

E porque não desabafar aqui também? Terapia gratuita...
comentários, agradecem-se!